O primeiro filme sobre a vida de Maomé, o profeta do islamismo, será lançado mundialmente no próximo dia 26 de agosto. A superprodução custou US$ 37 milhões e foi dirigida pelo cineasta iraniano Majid Majidi.
Como o alcorão proíbe a representação de Maomé, a produção do filme exigiu um extenso debate com teólogos muçulmanos e um acordo entre as lideranças xiitas, maioria no Irã, e sunitas. Para que o longa-metragem fosse levado adiante, foi decidido que jamais seria mostrado o rosto do profeta ao longo do filme.
“O filme toma muito cuidado com a representação, pois existem 1,6 bilhão de muçulmanos no mundo. Desde o início nosso esforço foi trabalhar para que não se veja a face do profeta. Mostramos sua figura, mas não seu rosto”, diz o diretor.
A iniciativa, que consumiu sete anos de produção, segundo informações do site Irna, tem como propósito mostrar o lado oposto da crença islâmica, já que os muçulmanos são associados em todo o mundo à barbáries, fundamentalismo, violência e mortes.
O cineasta Mjidi contou com dinheiro estatal do regime dos aiatolás no Irã para concluir o projeto, que vem sendo descrito como uma tentativa de popularizar o islamismo, mostrando as mensagens de Maomé sobre paz.
O material de divulgação diz que o filme mostra “a verdadeira face do Islã” e que Maomé é um “mensageiro de paz e misericórdia”.
A ideia, considerada ousada entre os muçulmanos, apresenta o primeiro filme da história sobre a origem do islamismo, 103 anos após o lançamento daquele que é considerado o primeiro filme bíblico, “Da Manjedoura Para a Cruz”, que conta a vida de Jesus Cristo.
Ao longo de duas horas e 51 minutos, o filme mostra o nascimento de Maomé e acompanha sua infância, quando foi apresentado como profeta aos 12 anos de idade. Boa parte do filme se passa em Meca, cidade saudita, no final do século VI.
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