A Pastora Emma Gerald, 56, foi condenada a 9 anos de prisão por ter participado num esquema fraudulento de legalização de imigrantes indocumentados. O brasileiro Hudson Ross e o Pastor Ruy Brasil Silva foram acusados de conspiração, junto com Marcos Amador, 21, que já está no Brasil.
Segundo o The Atlanta Journal-Constitution, a sentença foi anunciada na terça-feira (20) na Corte Federal do Distrito Norte da Geórgia, Atlanta. A pastora pediu desculpas aos Estados Unidos, dizendo que não pensava estar fazendo algo errado. A acusada incentivou imigrantes indocumentados, a maioria brasileiros, a dar falsas declarações à imigração, cobrando centenas de dólares.
Os promotores tinham solicitado uma pena de 14 anos para Emma, a fim de prevenir ações semelhantes. Segundo eles, a pastora foi responsável por mais de mil solicitações fraudulentas.
Em dezembro último, Emma foi considerada culpada por ter feito aplicações de residência temporária, autorização de viagem e permissão para trabalho. Os “beneficiados” foram imigrantes de Cobb County, Flórida, e de outros estados americanos.
Douglas Ross, filho da pastora, foi acusado de conspiração, junto com o brasileiro Hudson Araújo, responsável pelo agendamento das reuniões em Massachusetts. Outro acusado de conspiração foi o Pastor brasileiro Ruy Brasil Silva, que comandava a Bethel Christian Church em Marietta e apresentou a pastora para a congregação. A igreja liderada por Emma fica na cidade de Kennesaw, Atlanta.
As sentenças de Hudson e do Pastor Ruy ainda não têm data marcada.
Também acusado de conspiração, Marcos Amador cumpriu cerca de dois anos de prisão e foi deportado para o Brasil. O brasileiro pretendia estudar medicina nos Estados Unidos e chegou a fazer uma aplicação para ele próprio.
Auxílio da congregação
Emma contava ainda com a ajuda de adolescentes da Bethel Christian Church. Eles traduziam para português as instruções da pastora e ajudavam os imigrantes a preencher os formulários, com o auxílio de um projetor. Os jovens testemunharam ainda que cobravam $30 para escrever informações padrões.
Mesmo tendo fornecido informações fraudulentas, os primeiros imigrantes que preencheram as aplicações receberam vistos e autorizações de viagem. Todos os imigrantes eram encorajados por Emma a mentir o tempo de permanência nos Estados Unidos, a fim de usufruir da anistia assinada pelo então presidente Reagan, em 1986. Um dos pré-requisitos para obter a anistia era ter morado nos Estados Unidos na década de 80.
Segundo uma porta-voz do Serviço de Imigração e Cidadania Americana (USCIS, em inglês), de 79.080 aplicações, cerca de 89% foram negadas. Um agente do ICE (agência de imigração) informou que houve aplicações fraudulentas por todo o país.
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