O Partido Cristão (PC) pedirá atestado de antecedentes criminais a todos os dirigentes nas esferas municipal, estadual e federal, informou o coordenador nacional da legenda, Ronaldo Moreno.

“Se a gente não fizer isso, corre o risco de nomear um estelionatário como presidente de um diretório. Queremos nos desvencilhar de qualquer tipo de malandragem”, disse Moreno.

Segundo o coordenador, a intenção é construir um partido com “elenco que não tenha manchas”. “Se alguém se envolver em escândalo depois, vamos acionar nossa comissão de ética. Nós não queremos ser só mais um (partido).”

Ele afirmou ainda que se alguém preencher ficha de filiação, mas não apresentar o atestado, não terá o reconhecimento da direção da legenda.

O PC, de acordo com Ronaldo Moreno, está sendo formatado há sete meses. É formado por remanescentes do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Partido Social Cristão (PSC) e Partido Trabalhista Cristão (PTC).

Um dos filiados de maior peso do entanto, será um dissidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de Roberto Jefferson. O deputado federal Charles Lucena (PTB-PE) já anunciou que se mudará para a nova sigla. A mulher de Lucena, Simone Lucena, dirigirá o diretório do partido em Pernambuco.

Segundo Moreno, o partido será “conservador no tocante às questões morais, mas progressista no que se refere aos temas socias”.

Está em fase de coleta de 500 mil assinaturas para ter estatuto aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo do PC é recolher as 500 mil assinaturas necessárias antes de outubro, quando encerra-se o prazo para filiações partidárias dos candidatos para 2008.

Mas, para o caso de não conseguir cumprir o prazo, o PC já estuda outra alternativa. Pretende questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a necessidade das assinaturas.

“Velhos partidos não tinham que apresentar assinaturas. Queremos igualdade de direitos.” A ação deve ser protocolada em 20 dias.

Caso não consiga nem assinaturas e nem ganhe a ação, o partido deve apenas articular alianças para 2008.

No entanto, em 2010 a legenda não deve passar em branco: lançará candidatura própria à presidência. “O bancário trabalha com a caneta, o açougueiro com faca e o partido com o candidato. Sairemos com candidato próprio.”

O nome do Presidenciável, ainda não definido, segundo Ronaldo Moreno, será escolhido entre filiados do “meio eclesiástico”.