Cristãos de uma vila paquistanesa na província de Punjab contam o ataque que sofreram de radicais muçulmanos para forçar o cancelamento de uma convenção evangelística do Exército da Salvação (leia mais) que aconteceria no dia 17 de junho.
“Nós estávamos varrendo o chão da igreja às 17 horas do sábado quando um grupo de 41 homens, armado com machados, bastões e pistolas, nos impediu de continuar com a limpeza”, lembrou Shahzad Masih.
Shahzad Masih, que fazia parte da organização da convenção, contou que alguns dos mulçumanos entraram à força na casa do cristão Sardar Masih e deixaram seu filho e filha feridos. “Eles planejaram o ataque para intimidar os cristãos”, afirmou ele.
Ao expressar seu desapontamento acerca do ataque de 17 de junho, Shahzad disse que eles tinham preparado dois ônibus para transportar os fiéis e evangelistas que viriam de diferentes cidades da província de Punjab.
“Os mulçumanos também ameaçaram atear fogo em um trailer que havia sido alugado e que serviria como palco”, contou ele.
“O incidente abalou a sensibilidade dos cristãos residentes. Eles estão numa onda de medo e incerteza desde o ataque do dia 17”, disse Shahzad. “Nós tínhamos garantido a autorização para realizarmos o evento com o governo local”, informou.
Os cristãos residentes no vilarejo mostraram à ANS cacos de vidro e pedaços de tijolos que causaram ferimentos em cerca de oito pessoas, incluindo duas mulheres.
O jovem declarou que a polícia demonstrou uma “atitude discriminatória” para com eles. Shamoun alegou que o líder político do vilarejo havia entrado em contato com a polícia pedindo para que não desse atenção às reclamações dos cristãos.
Discriminação no hospital
“Os médicos do hospital público da cidade de Dijkot também negaram tratamento aos feridos”, disse ele. “A avaliação médica não foi feita de forma apropriada. Os relatórios médicos não descreviam todos os ferimentos causados aos cristãos durante o ataque”.
O rapaz disse que a polícia não inseriu o artigo 452 do Código Penal Paquistanês no FIR (espécie de boletim de ocorrência) feito pelos cristãos, “apesar dos mulçumanos os terem ferido e entrado à força em suas casas”.
Ele ainda afirmou que, assim como outras seis famílias, decidiu deixar o vilarejo, com medo de problemas. “Eu gostaria de voltar para minha casa, mas eu tenho medo dos mulçumanos que vivem lá”, disse ele.
Expondo seus receios de voltar, ele disse que alguns mulçumanos podem ainda registrar um “caso de blasfêmia fabricado” contra os cristãos locais.
“Assim como outros cristãos que fugiram, eu quero retornar”, disse ele. “Eu só quero que tudo volte ao normal. É claro que eu desejo que a paz, a hamonia e a tolerância prevaleçam em nosso vilarejo”.
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