A igreja não pode ser um lugar onde se "entra" e de onde se "sai" e por conveniências de quaisquer naturezas. Na verdade, esse movimento de "in"/"out" da igreja é inexistente num certo sentido, pois igreja, ou se "é", ou "não se é"! Além do quê, galhos da videira podem ser cortados e/ou enxertados, mas membros do Corpo não podem ser amputados nem transplantados como próteses!

Aprendamos, de uma vez por todas, que a Igreja é uma só, que os motivos do "entra/sai" devem ser revistos, que mesmo em sofreguidão uma vez Corpo - sempre Corpo, que os motivos determinantes de permanência em comum união devem ser o serviço, a abnegação e o amor e onde Deus quiser, não onde eu quiser. Na igreja, mais do que em qualquer outro lugar, o "eu", definitivamente, não pode ser o centro.

O que te atrai em uma igreja? Os jovens, o movimento, os eventos, a estrutura, o louvor, o carisma do líder... Deveria ser isso a te atrair?

Por que a fragilidade (no bom sentido) de uma comunidade não te atrai? Por que sua fraqueza ou pobreza, não te comove?

Por que sua dificuldade em avançar e crescer não te seduz em santa compaixão? Por que suas limitações quanto ao conhecimento, ou quanto ao discernimento, ou quanto a espiritualidade, não te convoca à generosa cooperação?

Por que que o que te atrai numa igreja é somente aquilo que te faz "bem", que te interessa, que te facilita e não o que te desafia, o que te prova, o que te emancipa como discípulo em legítimo serviço e doação? Você ama, de fato, a igreja? Você tem olhos para ver os membros mais frágeis do Corpo e cobri-los de dobrada honra?

Igreja não é fazer nem acontecer! Igreja não é agência de eventos para lhe entreter; nem uma promotora de agendas religiosas com vigílias e campanhas sem fim para te deter!

Igreja não é palco de psicodramas cúlticos para em êxtase te embevecer; muito menos um jogo de apelação e manipulação financeira para te corromper! Igreja não é uma rede de discipulado controlador com coberturas violadoras de privacidade para te constranger!

Igreja é simplesmente ser! É ser e tecer o amor nos encontros que desistiram de impressionar de fora pra dentro. É viver o Evangelho para além da forma, da estética, da fala, mas em pura essência, em demonstração de vida que se parte e reparte. Igreja é Jesus Cristo, homem, simplificado, em nós e entre nós no chão da vida do dia a dia com todas as suas implicações e em toda mútua cooperação!

Pense nisso!