O pastor e militante da paz, Rinaldi Damanik está mais uma vez ministrando entre o povo de Sulawesi após ter sido liberto da prisão em novembro de 2004. Em uma recente entrevista, Damanik falou sobre sua vida após a prisão e a atual situação na Indonésia.
"Fiquei triste por ter que deixar os outros prisioneiros, mas farei algo para ajuda-los também. O que mais me impressionou foi que todos saíram de suas celas e foram até o portão para se despedir de mim. Muitos deles choraram. Eu não pude ver claramente porque eu também estava quase chorando, mas ouvi alguns deles dizer: Reverendo, nossa orações estão com você."
Isso foi um tributo extraordinário, pois muitos deles eram prisioneiros muçulmanos extremistas.
Quinze dos internos foram acusados pelo ataque em Beteleme e em outros três vilarejos cristãos, em outubro de 2003. Onze cristãos morreram e muitos outros ficaram feridos nesses ataques.
Damanik disse que não teve dificuldades em adaptar-se a vida fora da prisão. "Quando eu estava preso, eu aceitei como se fosse algo que eu tinha que encarar. Não lamento o que aconteceu em nenhum momento, porque eu creio que Deus quis que isso acontecesse".
A família de Damanik
"Minha esposa e minha filha estão bem. Mas desde que saí da prisão e fui eleito o presidente da igreja, fico fora a maior parte do tempo. As orações e o apoio de pessoas de todo o mundo as mantiveram fortes".
A respeito de sua saúde, Damanik disse que não teve nenhum problema ou dor desde que saiu da prisão. Porém, ele acrescentou, "por favor, continuem orando por mim, para que eu continue forte e servindo".
Deus usa até um tsunami
As condições em Sulawesi Central estão atualmente tranquila. "Existem várias razões para isso", disse Damanik, "primeiro, as pessoas entenderam que violência nunca traz boas soluções.
Segundo, estão percebendo que algumas pessoas se beneficiam com os conflitos, pois elas provocam uma situação que na verdade, não é um conflito real nas comunidades. Terceiro, eu acho que o tsunami em Aceh fez as pessoas repensarem suas ações violentas. Tivemos também um terremoto em Palu e eu acho que isso fez as pessoas esquecerem suas diferenças. Entretanto, alguns cristãos in Sulawesi disseram: os muçulmanos mataram centenas de nós, e agora vejam o que aconteceu. Em um dia, Deus permitiu que milhares deles morressem de uma só vez. Essa atitude me deixou muito triste. Tive que trabalhar muito para convencer os membros de nossa igreja a fazer uma oferta especial às vítimas em Aceh e Nias. Eles concordaram e ainda estão arrecadando dinheiro.
Por outro lado, parece que os indonésios estão muito mais unidos agora. Não existem mais palavras de ódio e rancor dos fundamentalistas. Os muçulmanos começaram a falar sobre paz. Deus é tremendo. Ele pode usar até um tsunami".
Damanik também comentou sobre os tiroteios contra as igrejas em Sulawesi Central ano passado. "Eu acho que esses tiroteios foram causados pelas mesmas pessoas que provocaram os conflitos inicialmente. Eles tentaram fazer as pessoas brigarem para que a corrupção não fosse investigada. Por exemplo, os fundos para os refugiados em Poso foram mal utilizados. Existem muitas outras possibilidades. Talvez eles querem que todos os cristãos deixem Sulawesi. Porém uma coisa é certa: aqueles tiroteios foram todos planejados, era trabalho de profissionais".
O que a igreja deve fazer?
"Como eu sempre disse, as igrejas devem se unir, não como uma instituição, mas como povo de Deus. Depois do conflito em Poso, cada denominação tentou cuidar dos membros de suas igrejas. Lembro que, em novembro de 2004, quando ainda estava na prisão, um amigo de Palu me disse que pediria por proteção policial, mas quando a polícia pediu pagamento, meu amigo recusou. Afinal, é dever da polícia e das forças de segurança permitir que as pessoas congreguem seguramente em suas igrejas ou mesquitas.
Então, meu amigo pediu que os líderes das igrejas se reunissem e fossem até a polícia em protesto. Algumas igrejas recusaram e disseram que pagariam pela proteção. Isso é algum dos exemplos do que temos vivido aqui".
Damanik disse que a falta de unidade enfraquece a eficácia da igreja em confrontar a corrupção e o trabalho pela paz.
Portas Abertas perguntou sobre o que as pessoas deveriam orar e Damanik respondeu: "Por favor, ore por aqueles que continuam buscando justiça. Ore por alimento diário, por moradia e para que nosso governo aja de acordo com a vontade de Deus".
Agradecimentos
"Muito obrigado por lembrarem de mim e que o trabalho de Portas Abertas traga sempre paz ao mundo. Deus os abençoe!"
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