O ex-prisioneiro batista Zaur Balaev foi chamado por policiais e ameaçado com uma nova ordem de prisão."Ter passado um ano preso não foi o bastante? Você não aprendeu nada nos dias em que este preso? Acho que você não tem medo, mas será que se esqueceu de sua mulher, filha e filho?”. Segundo ele, essas foram algumas das perguntas que oficiais de polícia fizeram recentemente a ele, numa tentativa clara de intimidação.

A polícia proibiu a igreja de Balaev de se reunir. Kamandar Hasanov, o chefe de polícia encarregado, negou ao Fórum 18 que tenha feito ameaças a Zaur Balaev.

Zaur Balaev ganhou de volta sua liberdade em 18 de março deste ano, após uma anistia concedida pelo presidente Ilham Aliev para marcar o festival de primavera de Novruz (leia mais).

No ano passado, o pastor, com então 44 anos, foi sentenciado a dois anos de prisão com base no artigo 315, que pune o uso da violência contra oficiais do Estado no exercício de suas funções  em um julgamento marcado por uma série de irregularidades, inclusive a mudança de acusações.

Ele também se recusou dar comentar sobre outros grupos religiosos, inclusive homens muçulmanos que foram forçados a raspar as barbas e foram banidos da mesquita de Zakatala, enquanto testemunhas de Jeová foram forçadas a entregar livros religiosos durante uma invasão policial a uma residência.

Zaur Balaev disse que a polícia proibiu a igreja dele de se reunir, mas que a congregação continua se encontrando. "Eles percebem eles não podem nos mandar para fora", contou ao Forum 18. "Mas eles nos observam de perto", complementou.

Por 13 anos o pastor Zaur Balaev tentou obter o registro para manter a igreja legalizada. Dentre os inúmeros exemplos de perseguição sofridos ao longo dos anos está a recusa de funcionários do governo em conceder certidões de nascimento aos filhos de membros da igreja. Os nomes de batismo deles foram considerados inaceitáveis por funcionários de Zakatala.