Cresce número de cristãos iraquianos deslocados que buscam refúgio no norte do país à medida que a insegurança leva as famílias saírem de suas casas, de acordo com a Organização Internacional para Migração (OIM).
O recente relatório revelou um número estimado de 1.078 famílias cristãs que fugiram para o Curdistão, a região autônoma governada pelo Governo Regional Curdistão, dentro dos últimos três meses. Do total, 747 ocorreram desde o dia 15 de dezembro. Outras 276 famílias foram deslocadas para a província vizinha Ninewah no noroeste, durante esse período, enquanto muitos mais que permaneceram indicaram também planos de mover-se.
Apesar de o relatório ter avaliado a situação dos cristãos deslocados internamente no país predominantemente muçulmano, também enfatizou que muitos buscaram refúgio nos países vizinhos, particularmente na Turquia.
“Nossos monitores relatam, entretanto, que eles ouvem de muitas emigrações no exterior e muitos esperam emigrar no futuro,” disse o oficial do Monitoramento de Deslocamento OIM, Keegan de Lancie, à Agência France-Presse. “Colegas na Turquia relataram um aumento nas famílias cristãs buscando refúgios lá.”
De Lancie também observou que as famílias cristãs do Iraque geralmente se compõem de quatro a cinco membros.
O movimento de imigração de cristãos para o norte tem aumentado apesar dos esforços das forças de segurança iraquianas, em aplicar medidas de proteção reforçada para o grupo minoritário. Essa população tem declinado rapidamente desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003. Antes de 2003 havia aproximadamente 1,4 milhões de cristãos no país. Hoje, há uma estimativa de que 400.000 permanecem.
O ataque mortífero em 31 de outubro da Igreja Nossa Senhora da Salvação em Bagdá provocou o êxodo recente de cristãos. Durante esse massacre, 15 militantes ligados à Al Qaeda atacaram o culto de domingo, deixando 44 fiéis e três sacerdotes mortos.
O grande afluxo de cristãos no norte levou ao aumento dos preços de hospedagem, com preços de aluguel na pequena cidade de Ainkawa no norte da capital do Curdistão Arbil, passando de cerca de 200-300% desde novembro.
Curdistão iraquiano é conhecido como um porto seguro no outro lado do país perigoso, tendo permanecido relativamente calmo desde 1991, durante o qual a região se tornou um enclave semi-autônomo sob a proteção do Ocidente.
A OIM tem feito parceria com diversas organizações, incluindo a UNICEF, para fornecer produtos não alimentares, tais como colchões, fogões e kits de higiene para cerca de 600 famílias cristãs deslocadas tentando se estabelecer no norte províncias de Erbil, Dahuk, Sulaymaniyah e Ninewa.
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