As mulheres muçulmanas em Isfara, norte do Tadjiquistão, estão tendo o documento de identificação oficial negado, pois elas se recusam a serem fotografadas sem o hijab, véu que cobre cabeça e pescoço, como ficou sabendo o Forum18 em uma visita à região no mês passado. "De baixo da lei islâmica, uma mulher não pode mostrar sua face em público, muito menos ser fotografada sem este véu", disse ao Forum18 em Isfara, Abdusator Boboyev, chefe da filial neste distrito do Partido do Reavivamento Islâmico. "Nós relacionamos essa exigência para as mulheres serem fotografadas com seus cabelos descobertos como uma infração aos direitos dos religiosos".
O jornalista televisivo local, Ikhbol Teishiyev, estima que cerca de 90% das mulheres no distrito não possuem documento de identidade (também conhecido como passaporte interno). "Eu não diria com toda a certeza que todas essas mulheres estão recusando em obter a foto do passaporte simplesmente por questões religiosas", disse ele ao Forum18 em Isfara. "Muitas delas simplesmente não vêem qualquer necessidade de ter um passaporte. Mas caso as autoridades não permitissem às mulheres terem suas fotografias vestindo o hijab, a porcentagem de mulheres com o passaporte seria sem dúvida bem maior".
Ironicamente, as mulheres podem ser fotografadas vestindo o hijab para o passaporte interno, válido somente para viagens estrangeiras.
O distrito de Isfara é um dos mais devotos ao islamismo no país e a maioria das mulheres veste o hijab. Entretanto, como Boboyev enfatizou ao Forum18, o assunto das fotos para as identidades se aplica não só a Isfara. Ele disse que, considerando que muitos residentes locais são devotos ao islamismo, o assunto passa a ser mais urgente em Isfara, mas as mulheres muçulmanas estão recusando apelar a tais documentos em outras localidades do país.
"É interessante que na Rússia, onde o islamismo reúne somente 20% da população, as mulheres são permitidas a terem suas fotos vestindo o hijab, mas aqui, onde praticamente toda a população é muçulmana, as autoridades estão compilando as mulheres muçulmanas a cometerem pecado", disse Boboyev ao Forum18.
Pulat Nurov, chefe especialista em islamismo no comitê do governo para relações religiosas em Dushanbe, capital do país, confirmou que a insistência de que as mulheres são fotografadas sem suas cabeças cobertas tem gerado um problema. "A maioria esmagadora das mulheres não considera isso como pecado", disse ele ao Forum18 no dia oito de junho. "Mas uma pequena porcentagem de mulheres muçulmanas pensa que tal concessão é inaceitável para o islamismo".
Ele disse que várias mulheres têm recorrido ao seu comitê, acrescentando que "a cada hora" o comitê tem contatado a polícia e persuadido a fazer uma exceção e permitir que as mulheres tenham suas fotos vestindo o hijab.
"É verdade que a lei não declara que as mulheres não tenham o direito de ter a foto do passaporte vestindo o hijab, mas por outro lado, fotos tiradas dessa maneira ocultam a principal característica das mulheres", disse ao Forum18 Purat. "Estamos abertos para as mulheres que querem ser fotografadas vestindo o hijab e as alertamos que, caso queiram viajar pelo país com esses passaportes, então estarão sujeitas a enfrentarem problemas com a polícia".
Bem como no Tadjiquistão, as mulheres muçulmanas têm enfrentado problemas assegurando o direito de vestir esse véu quando fotografados para a identidade em outras situações no Uzbequistão e no Azerbaidjão, outros dois países com maioria muçulmana.
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