O Brasil passa por um intenso momento de crise financeira e com isso, o nível de empregabilidade cai bastante. Agora, imagina isso para as pessoas que saem dos presídios após cumprirem suas penas? A rejeição é fruto do preconceito que infelizmente não está apenas nas empresas, mas também nas igrejas. De acordo com a missionária Adenice Barreto Batista, muitas igrejas não querem receber ex-presidiários em seus templos.

Em entrevista para o programa “De tudo um pouco”, da emissora Rede Super, a missionária declarou que o recebimentos dessas pessoas nas igrejas está sendo mínimo. “De uma certa forma, a igreja até vai lá. Tem muitas igrejas que se colocam a nossa disposição para ir lá. Mas, o recebimento está sendo mínimo. Algumas igrejas ainda têm certo preconceito sobre isso, de atender. Eu tenho atendido alguns em nossa sede da Associação Luz da Liberdae, que falam: 'Missionária, a primeira coisa que eu fiz quando retornei foi buscar o meu pastor', porque muitos deles são desviados. Tem  um numero muito grande de desviados nas prisões”, explicou.

Adenice continua explicando o fato das pessoas que terminam de cumprir suas penas sofrerem rejeição das igrejas “'Eu fui ao meu pastor e ele disse que a igreja não aceita ex-presidiário nos trabalhos da igreja'. Quer dizer, essa é uma posição muito ruim. Ainda existe esse preconceito”, pontuou.

Igrejas que recebem

“Mas, por outro lado, nos temos igrejas que abraçam e recebem. No Rio, muitas igrejas que são nossas parceiras que têm eles não só como membros, mas também como ajudadores”, comentou a missionária. Ela afirma que a rejeição das igrejas causa dificuldades no processo de ressocialização dessas pessoas. “Eles já saem ética e socialmente marginalizados. Eles já têm aquele perfil mesmo de marginalização. Então, a autoestima deles já sai muito baixa. E eles chegam lá na nossa sede, na Luz da Liberdade, muitos pedindo oração para não reincidir, porque a luta é muito grande, realmente”, afirma.

“É uma grande luta e isso a gente tem trabalhado, a autoestima deles. Trabalhamos com as famílias para o recebimento deles também. E a gente tem conseguido. Temos parcerias com cursos profissionalizantes. Nos estamos trabalhando agora com isso. O mundo do trabalho está pouco. Nós temos a empregabilidade no Brasil, que tá difícil pra todo mundo. Imagina para um ex-presidiário”, ressalta.

“E ai, eles têm que ser muito bem trabalhados. Nós ajudamos com a sexta básica que já alimentam os filhos deles. Nós temos o projeto ‘Criança Feliz’ que apoia os filhos com o acompanhamento desde a gestação até os 14 anos. Acho que isso tudo tem somado para ter bons resultados”, pontua.