O centro da cidade nigeriana de Jos teve suas atividades paralisadas no último dia 1º, quando milhares de mulheres vestidas de preto marcharam pelas ruas, em protesto contra a onda de violência no Estado de Plateau.
As mulheres, algumas vestidas como sinal cultural de profunda tristeza e desespero, marcharam até a residência oficial do governador do Estado em Jishe, onde também denunciaram a discriminação contra os cristãos no norte da Nigéria, apelando para as forças militares de Jos, que são vistas como parciais, para serem substituídas pela polícia móvel.
A porta-voz do grupo, Rhoda Awang, disse: “Mulheres e crianças são mortas. As grávidas são mortas e seus bebês, cortados em seu ventre. Temos chefes locais em todos os 17 Conselhos de Governo Locais. Onde eles estão e o que fazem? Temos governadores, onde estão eles? Onde está Yakubu Gowon (o presidente nigeriano, que é do Estado Plateau)? Não se importam com as pessoas que são mortas no estado que eles vão governar?"
A ira das manifestantes foi ainda impulsionada pela morte de uma mulher e de sua criança durante um ataque a uma aldeia em Vom, na noite do dia 31 de janeiro. Elas deixaram clara a rejeição de qualquer instituto de emergência federal do Estado de Plateau. Também pediram ao governador Jonah Jang que realocasse o parque automobilístico e o Mercado Municipal da estrada de Bauchi e da área de Farin Gada, já que muitos não muçulmanos desapareceram lá.
Em resposta, o governador Jang pediu moderação e compreensão, acrescentando que uma retirada gradual das tropas já estava em andamento.
Bomba na Igreja
No domingo, 30 de janeiro, na Igreja Metodista no centro da cidade de Bauchi, um culto foi interrompido quando uma bomba, escondida em uma mala de notebook, foi deixada sob um banco na parte de trás da igreja por um jovem que entrou no edifício no final da reunião e fugiu em uma moto, que o esperava.
Um diácono da igreja jogou a mala para fora do prédio e chamou a polícia que, ao abrir a sacola, limpou a área e bloqueou a rua. O esquadrão de bombas chegou meia hora depois e desarmou o que era um grande dispositivo explosivo. "Eles disseram que devemos agradecer a Deus por não ter explodido, porque ninguém teria sobrevivido", disse o reverendo Timothy Aneke à agência Christian Solidarity Worldwide (CSW, sigla em inglês). "Eu respondi que Deus não permitiu a explosão".
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