No início desse mês, o estado boliviano de Santa Cruz teve seu primeiro município a declarar autonomia indígena. Para as tribos, uma vitória, mas para a comunidade cristã local e cristãos que vivem nessas tribos, isso pode ser motivo de grande preocupação.

A Colômbia e o México são exemplos de outros países que também declararam a autonomia indígena. Esse autogoverno pode significar a proibição da prática de outras religiões e a imposição da religião tribal. Isso quer dizer que os cristãos que vivem nas tribos podem ser perseguidos e forçados a voltar à religião de seus antepassados. Inclusive, eles podem até mesmo ser expulsos de suas casas ou mortos.

Em 1991, quando esse direito dos povos indígenas foi declarado, na Colômbia, os direitos da minoria cristã em comunidades indígenas foram violados. As tribos indígenas da região possuem sua própria forma de governar e isso significa que essas violações e perseguições são julgadas pelos próprios chefes tribais.

Dessa forma, os cristãos ficam impossibilitados de reclamarem seus próprios direitos, ficando à mercê da decisão da tribo, que na maioria das vezes o expulsa de sua casa e suas terras.

Intolerância religiosa

Um caso a ser ressaltado é o de Rafael e sua família (nome mudado por motivos de segurança). Ele e os três irmãos nasceram em uma tradicional tribo no norte da Colômbia. Seus pais se converteram e sua família decidiu seguir a Jesus. Mas, essa decisão acabou custando a vida de seu pai, que não negou a Jesus mesmo diante da morte. Sua família foi expulsa e eles tiveram de deixar sua casa, terras, plantações e criação de animais.

Como o sustento da família vinha por meio das terras, eles ficaram sem renda alguma. Por isso, os filhos foram obrigados a se separarem da mãe, que continuou vivendo em uma comunidade próxima à tribo. Os filhos foram para outras regiões do país.

Hoje com 21 anos, Rafael contou ao Ministério Portas Abertas que foi um momento de difícil adaptação, mas que não deixa de pensar em voltar à tribo, para falar do amor de Jesus para seus amigos e familiares.

Apenas pelo fato de serem cristãos, mais 164 famílias do Estado de Chiapas (México), tiveram que deixar suas casas. De acordo com relatos, mais 30 novos casos de deslocamento aconteceram. Muitos cristãos mexicanos que vivem em comunidades indígenas estão sendo atacados fisicamente e os casos de expulsão de famílias aumentam a cada dia. Em agosto desse ano, 11 pessoas de uma mesma família foram assassinadas em Puebla, cidade oficialmente conhecida como Heroica Puebla de Zaragoza.