Membros da Frente Parlamentar Evangélica e líderes evangélicos nacionais pediram ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, mudanças no projeto de lei da Câmara (PLC 122/06) que tipifica o crime de discriminação e preconceito contra os homossexuais. Na avaliação dos evangélicos, o projeto não deve ser aprovado na versão atual, pois fomentaria o preconceito.
"Nós, da comunidade evangélica, queremos ter a oportunidade de debater esse projeto amplamente, de forma transparente, para que cheguemos, junto com os homossexuais, a uma conclusão para barrar no Brasil todo e qualquer tipo de discriminação", disse o pastor Ronaldo Fonseca, da Assembléia de Deus.
Segundo explicou, o projeto impede a livre expressão do pensamento, na medida em que define como crime a manifestação pública de opiniões contrárias ao homossexualismo.
Pregações censuradas
"A igreja, por exemplo, é um local público. Um pastor não poderá dizer que o homossexualismo é pecado utilizando a Bíblia. É um projeto bem intencionado, mas, se passar, vai acabar discriminando um outro segmento da sociedade", advertiu o pastor, sustentando que os evangélicos não pregam a homofobia.
"Nós pregamos o exemplo de Cristo, que é amor, respeito ao próximo. O que condenamos é a prática do pecado. Ensinamos que o homossexual deve ser respeitado e amado pela sociedade. Pleiteamos que o projeto conserve o que diz respeito à discriminação e ao combate à violência contra os homossexuais", esclareceu.
Desde 2006, quando o projeto começou a tramitar no Senado, as mudanças pleiteadas pela comunidade evangélica têm sido defendidas pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que considera a proposição inconstitucional.
A matéria é relatada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) pela senadora Fátima Cleide (PT-RO), que também foi relatora da matéria na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
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