Mais de sete anos depois da violenta morte de seu marido, um missionário cristão, e de seus dois filhos, que foram assassinados por fundamentalistas, a australiana Gladys Staines retornou a Orissa, no Leste da Índia.

Falando ao AsiaNews, ela ressaltou a importância do perdão. "No perdão, não há amargura e quando não há amargura, há esperança. O consolo vem de Jesus Cristo."

Ele disse que Jesus lhe deu a força para continuar vivendo. "Vivo na esperança de que quando Deus me chamar eu verei o Senhor e também me reunirei à minha família."

Gladys chegou à Índia em 15 de junho. Quatro dias depois, ela compareceu ao encontro geral do Leprosário Mayurbhanj, onde vivem os portadores de hanseníase de Baripada. O leprosário era o "sonho" de seu marido e atualmente é uma frutífera realidade. Gladys disse que foi recebida com muito carinho. "Em 20 de junho, comemorei meu aniversário cercada pelo amor dos amigos; isso me traz de volta muitas lembranças e estou muito feliz por estar entre pessoas a quem eu amo e que me amam."

Sentença atenuada

Mas nem tudo é simples. PK Das, presidente do comitê Graham Staines, disse que "apesar de Gladys ter vindo em visita particular, ela está constantemente cercada por policiais de segurança" .

O reverendo Graham Staines foi queimado vivo em 22 de janeiro de 1999, enquanto dormia em seu jipe junto com seus dois filhos de 7 e 9 anos, na aldeia de Manoharpur. Um fundamentalista hindu, Dara Singh, foi condenado à morte pelo crime, e 12 outros envolvidos foram sentenciados à prisão perpétua. No passado, Dara Singh costumava se apresentar como "salvador do hinduísmo", atacando pastores e missionários que estivessem "oferecendo conversões". Em 19 de maio de 2005, a Corte Suprema de Orissa comutou a pena de Dara para prisão perpétua e libertou os outros 12 condenados.

Gladys Staines vive atualmente em Townsville, Austrália, onde sua filha Esther estuda Medicina. Gladys ficará na Índia até o final de junho.