Presidente francês condenou “o que parece cada vez mais ser um plano particularmente perverso de depuração religiosa” no Médio Oriente. Nicolas Sarkozy falou da violência recente contra comunidades cristãs no Iraque e no Egipto na sua mensagem de Ano Novo dirigida aos líderes religiosos.
“Não podemos admitir e facilitar” este plano, afirmou Sarkozy. “As ameaças que visaram há alguns dias as igrejas coptas de França são inadmissíveis e pedi ao Governo que leve isto muito a sério”, disse ainda.
Esta sexta-feira celebrou-se o Natal dos cristãos coptas (e de todos os ortodoxos) e a polícia francesa pôs em marcha um dispositivo de segurança especial: um site ligado à Al-Qaeda publicou ameaças contra comunidades coptas em diferentes locais e vários países europeus com comunidades coptas decidiram prevenir e reforçar a segurança em redor das igrejas. Na Holanda, por exemplo, líderes muçulmanos organizaram grupos de crentes para ajudar a guardar os locais de culto cristãos.
“A comunidade muçulmana em França é a primeira a ficar horrorizada com estes crimes cometidos em nome do islã”, acrescentou Sarkozy, elogiando em particular os responsáveis muçulmanos franceses que se apressaram a condenar os ataques contra igrejas em Bagdad e Alexandria. O chefe de Estado francês referiu-se ainda ao caso de uma cristã paquistanesa, Asia Bibi, condenada à morte por blasfémia.
O Governo francês tem sido dos mais atuantes na Europa sobre este tema. No início da semana, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Michèlle Alliot-Marie escreveu à alta-representante da UE, Catherine Ashton, pedindo-lhe uma resposta da comunidade européia face à situação dos cristãos no Médio Oriente. “É preciso que nos coordenemos. Temos de oferecer asilo aos que se sentem ameaçados, mas, sobretudo, temos de agir para que eles possam ficar nos seus países”, afirmou.
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