Em 11 de outubro, Ciro Alfonso Guerrero, da igreja Deus é Amor, foi assassinado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) no município de Tame, Departamento de Arauca.
Ciro, 41 anos, era membro ativo de sua igreja. Ele dirigia cultos e reuniões de oração em sua casa, violando a proibição imposta pelo ELN no lugar.
Quando o ELN assumiu o controle da área, em meados de 2007, proibiu a prática de cultos religiosos.
Ciro estava com Verônica, sua esposa, em uma lanchonete que o casal tinha em sua residência. O negócio ajudava a complementar a renda da casa, formada primariamente pelo cultivo.
Naquele sábado, por volta das 15 horas, dois homens foram à loja e pediram soda-limonada. Quando Ciro trouxe as bebidas, um dos homens sacou uma arma. Ciro correu ao ver a arma, mas os homens perseguiram-no e mataram-no a tiros.
Ciro tinha três filhos: Javier Alfonso, 18, Sory, 16, e Vivian, 13. Verônica ainda dirige o estabelecimento, pois não tem outra fonte de renda. Ela teme que um de seus filhos venha a ser a próxima vítima.
Pastor forçado a abandonar sua casa
Na noite de 9 de dezembro, um homem com roupas de civil e desarmado dirigiu-se ao pastor Rodolfo Almeida e lhe disse: “Deixe Pueblo Nuevo dentro de uma semana senão você e sua família pagarão com suas vidas”.
Essa foi a terceira vez que o co-pastor da igreja Ebenézer de Pueblo Nuevo, Departamento de Arauca, recebeu ameaças do ELN.
Os primeiros dois alertas diziam respeito sobre quando e onde ele poderia pregar. Nessa terceira ocasião, os guerrilheiros decidiram que não o queriam mais na área e, então, deram-lhe um prazo para partir.
A ameaça de morte surpreendeu Rodolfo, porque os guerrilheiros somente executam alguém que não querem por perto. Esse é o modo deles de dar exemplos públicos da obediência que exigem dos cidadãos na região.
No início de 2008, Rodolfo teve de abandonar o cargo de pastor em sua igreja. Os líderes da igreja acharam que seria mais seguro se Rodolfo fosse denominado co-pastor. Os membros da igreja concordaram com a modificação devido ao número de mortes de crentes e pastores que ocorreu em 2007.
Durante os primeiros meses do ano de 2008, Rodolfo procurou não visitar abertamente os membros da igreja e nem pregar.
Mas, com muitos convites, ele voltou para evangelizar e ensinar em reuniões clandestinas na zona rural.
A esposa de Rodolfo, Stella estava em Bucaramanga quando Rodolfo recebeu o ultimato. Ao chegar em casa, Rodolfo disse-lhe que a família deveria sair imediatamente.
Com a ajuda do supervisor regional da igreja, o casal e seus três filhos deixaram a cidade em 12 de dezembro e celebraram o Natal em um lugar seguro.
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