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Cristãos deixam cidade iraquiana que já foi símbolo de harmonia religiosa

O ultimo cristão da cidade vai à igreja todas as manhãs, para limpá-la e relembrar o passado.

Romel Hawal, de 48 anos, nasceu em Habbanyia Cece, na província de Al Anbar, no Iraque. Na época em que ele era criança, a maioria da população era cristã. Hoje, seu filho de onze anos não conhece nenhum cristão e não se recorda de ter frequentado a igreja.

"Meu filho reza sobre o Alcorão, não sobre a Bíblia", conta Hawal. Sua esposa quer sair da cidade, ou mesmo do país, para juntar-se ao que se transformou em um êxodo de cristãos do Iraque e do Oriente Médio. Porém, Hawal diz que sente a obrigação de ficar e tem recebido o apoio de amigos muçulmanos.

"O que me dá coragem é que meus irmãos muçulmanos dizem para eu não partir", diz ele. Aqui em Habbaniya Cece, as pessoas falam que a cidade é um oásis de harmonia étnica e religiosa, onde cristãos e muçulmanos, árabes e curdos, sunitas e xiitas vivem há décadas sem atritos.

Em uma estreita faixa de estrada perto da igreja de Hawal, chamada Maria Rainha da Paz, ficam uma igreja assíria, duas mesquitas sunitas e uma mesquita xiita.

"Este é o melhor lugar que você vai encontrar no Iraque, pois temos cristãos e muçulmanos vivendo juntos", afirma o prefeito Sabah Fawzi, que é muçulmano e que resolveu passar pela igreja de Hawal para falar com ele. "Quando minha esposa e minhas filhas querem alguma coisa, elas vêm à igreja para pedir a Deus", disse o prefeito.

Porém, até mesmo nessa rua, os prédios contam uma história bem mais complicada. A igreja assíria, São Jorge Mártir, está vazia e abandonada, depois de ter sofrido uma explosão em 2005.

A mesquita xiita Husseiniya Habbaniya ganhou uma nova sede, mas não tem imam nem clérigo, devido aos ataques contra os xiitas na região, como a bomba que explodiu em 2006 e danificou o antigo prédio.

Os moradores contam que esses e outros ataques acabaram com a interdependência estabelecida ao longo do século passado. Como a província de Anbar tornou-se uma fortaleza para a al-Qaeda e outros grupos extremistas sunitas no Iraque, os cristãos e os xiitas sentiram-se excluídos e fugiram da região.

A cidade de cerca de 10 mil habitantes, que antes da invasão americana possuía 70 famílias cristãs, agora tem apenas uma. Também não há xiitas suficientes para lotar a nova mesquita.

Khadem Owaid, o zelador da mesquite xiita, diz que a população da cidade não participou da onda de violência sectária que se alastrou pela província depois de 2003.

"A ocupação destruiu tudo", conta Owaid. "Foram pessoas de fora que vieram para causar intriga e tentar nos dividir. Mas agora já estamos convivendo sem problemas".

Na igreja Maria Rainha da Paz, Hawal agora é zelador não apenas de um antigo templo, mas de uma história. Durante o século passado, Habbaniya era um importante centro

para os cristãos assírios de todo o Iraque, pois contava com uma elite instruída e dialeto único.

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Os regimentos assírios lutaram ao lado dos ingleses contra os nacionalistas árabes e as potências do Eixo. O nome Habbaniya Cece vem do quartel civil fundado pela força aérea britânica após a Primeira Guerra Mundial.

De seus colegas britânicos, os assírios trouxeram o futebol para o Iraque, conta o arquidiácono Emanuel Youkhana, da Igreja Assíria do Oriente, em Beirute, que nasceu em Habbaniya. A população cristã começou a diminuir nos anos 70 e 80 por razões econômicas, dizem os moradores e o arquidiácono.

Hawal, que é assírio, mudou para a igreja Maria Rainha da Paz, que é católica romana, depois que seu irmão se tornou o zelador. Ele permaneceu ali após seu irmão se mudar para Bagdá e, em seguida, para a região do Curdistão, no norte do Iraque. Praticamente metade dos cristãos iraquianos deixaram o país desde a invasão.

Hawal lembra das celebrações de Natal no jardim da igreja. Ele passava a noite acordado com seus vizinhos muçulmanos, tanto árabes como curdos. "Faz parte de nossa história", diz ele. "Eu ainda posso sentir meus amigos e minha família aqui. Muitos amigos dizem que eu deveria partir, que têm trabalho para mim onde eles estão, mas eu não posso deixar a igreja", explica ele.

Fawzi, o prefeito, lamenta a perda de seus antigos vizinhos: "eu daria a minha própria vida para que este lugar voltasse a ter a vida que tinha antes".

O edifício da igreja é agora um monumento à sua ausência, com pesados bancos

de madeira arrastados para os cantos do piso de concreto. Não há ar condicionado ou

eletricidade. O que há por ali é um grande campo de lixo. "Quando venho aqui, sinto dor", diz Hawal. "Acho que ela nunca mais vai voltar a ser como era, quando tínhamos um belo jardim".

O que desapareceu também foram os sons que definiam a cidade. "O sino da igreja e os azzan da mesquita tocavam aqui", conta Nafah Ramá al-Dulaimi, de 72 anos, que tem uma pequena loja de roupas ao lado da igreja, referindo-se à chamada para a oração islâmica, que toca cinco vezes ao dia.

Al-Dulaimi conta que costumava manter uma caderneta com os nomes de todas as famílias da cidade, cristãs e muçulmanas, mas ela a queimou dois ou três anos atrás, "porque eu não quero lembrar".

Assim como Hawal, ela recorda especialmente de quando celebravam o Natal juntos. Os amigos cristãos lhe avisavam quando o feriado estava se aproximando e ela preparava bolos e tortas para a ocasião. Mas este ano, ela diz que "não sabia que dia seria o Natal".

Hawal conta que sua vida havia se tornado culturalmente idêntica à de seus vizinhos. Na sua loja de materiais de construção, há um cartaz pendurado com a frase "Allahu Akbar", ou "Deus é Grande", e os clientes o conhecem como Abu Yousif (pai de Yousif). A família faz as orações em casa, mas os rituais ficam incompletos sem um sacerdote.

Segundo ele, a parte mais difícil é criar seu filho nesta cidade."Sempre que eu olho para ele meu coração fica partido", diz Hawal. "Ele é meu melhor amigo. Eu só quero que ele viva uma vida normal e que possa praticar as tradições cristãs. Se outra família cristã cuidasse da igreja, Hawal deixaria a cidade.

Mesmo com melhoras na segurança, ele se preocupa com Yousif. Às vezes, sua esposa o chama para dizer que Yousif desapareceu e Hawal tem que acompanhar o garoto até o campo de futebol, onde ele brinca com amigos muçulmanos - eles gostam do jogo que os cristãos assírios trouxeram para o Iraque, momentaneamente livres de conflitos sectários.

Mas Hawal sabe bem dos perigos."Tenho medo de perder meu filho. Eu sempre digo para ele não ir longe e para não conversar com estranhos. Ele é tudo que me restou", diz Hawal.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/2011/02/noticia6865/


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