Tudo mudou para Cristina num domingo de manhã em Junho de 2011. A família Perez não tinha ideia do que aconteceria naquele dia, mas, ele quebraria a rotina da semana e marcaria suas vidas para sempre
O pai, como de costume, apressava a esposa e o adolescente Emílio: ”Rápido! Não devemos chegar atrasados na igreja.” A casa de Cristina fica localizada na comunidade de Huixtan, no estado de Chiapas, extremo sul do México. Como é comum nas áreas rurais, as casas ficam distantes umas das outras. A pequena cabana de madeira é rodeada de árvores e o orvalho fresco alcançava a menina de quatro anos quando a tranquilidade deu lugar à agitação naquele lar.
Como presbítero de sua igreja, o pai de Cristina, conhecido como Irmão Sebatião, era um exemplo para todos na comunidade. Sua esposa, Maria, finalmente surgiu no portão com os dois filhos menores, pronta para sair. Eles iniciaram o trajeto pelo caminho íngreme de todos os domingos.
De repente, uma saraivada de tiros estremeceu todo meio ambiente. Quantas balas foram disparadas contra aquela humilde família? Trinta, sessenta, ou mais... Ela tinha caído numa emboscada de matadores tocaiados há apenas 200 metros de sua casa.
A pequena Cristina ficou petrificada com os disparos que surgiram como raios e cujas imagens despedaçaram seu coração, invadindo sem pedir licença todo o seu ser. “Não pode ser real o que está acontecendo”, ela chegou a pensar, sem entender nada daquela violência súbita.
Ela sentiu seu braço arder e viu o sangue jorrando. A dor foi ficando intensa, mas Cristina manteve a consciência. “Quanto tempo havia se passado?” ela cogitou alguns minutos mais tarde. “Por que me sinto tão pesada? Emílio, levanta! Você é pesado demais!” Seu irmão de 13 anos estava inerte sobre ela, amassando o seu corpinho de menina
“Papai, onde você está? Mamãe, me diga que isso não é verdade. Por favor, por favor!”
Cristina só foi encontrada duas horas depois do atentado, machucada, no meio de sua família morta. Devido à gravidade de seu ferimento, cada minuto era importante. Qualquer demora a mais, e Cristina correria perigo de ter que amputar o braço.
A sobrevivente solitária
Quando as autoridades chegaram ao local do crime, perguntaram a Cristina: “Você viu alguma coisa? O que aconteceu?” A menina começou a chorar, seu coração batendo forte. “Foram dois homens mascarados, e eles começaram a atirar”, ela soluçou.
Não está claro se a menina realmente viu toda a cena. Sua mãe e seu irmão Emílio foram abatidos com mais de 10 tiros cada um. Seu pai, além de levar mais de 10 tiros, ainda foi decapitado. Os assassinos não identificados carregaram a cabeça de Sebastião, que ainda não foi encontrada.
Entre os membros da igreja há preocupações quanto à segurança de Cristina e de seus irmãos mais velhos, e eles oram para que a família seja reconfortada e emocionalmente curada desses acontecimentos traumáticos.
Embora a reabilitação física do braço de Cristina seja boa, ela ainda não consegue movimentar o braço com desenvoltura.
Por causa da intervenção de Portas Abertas, as autoridades locais começaram a investigar este crime até agora sem solução. O ministério também está dando apoio moral e espiritual à Cristina e aos seus irmãos que ficaram em casa naquela manhã fatídica.
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