O governo chinês introduziu mais 26 regras para restringir as atividades dos cristãos no país, incluindo a proibição de cultos religiosos, eventos religiosos nas escolas e a organização viagens que levem as pessoas para participarem de treinamentos ou conferências religiosas.

A Administração Estatal para os Assuntos Religiosos (SARA, na sigla em inglês) abriu um período de espera de um mês para respostas sobre as 26 novas regras e seus regulamentos relacionados aos assuntos religiosos.

O último dia para a resposta do público será na próxima sexta-feira (7), de acordo com os relatórios do site Christianity Today. Esta é a última chance dos cristãos chineses se pronunciarem sobre o que eles pensam em relação as recentes leis.

O projeto de lei inicia com a garantia de que todos os cidadãos chineses são livres para acreditar no que quiserem e se envolverem em atividades religiosas, desde que seja dentro dos limites que o governo obriga.

Um especialista em política religiosa chinesa, que permaneceu anônimo por motivos de segurança, resumiu alguns dos regulamentos:

1. Nada de atividades religiosas que não sejam aprovadas pela SARA.

2. Ninguém pode proporcionar um local para cultos religiosos que não sejam aprovados pela SARA.

3. Ninguém pode usar sua casa para práticas religiosas, a não ser que seja aprovado pela SARA (incluindo estudos bíblicos em família).

4. Não pode haver publicação de materiais religiosos sem a aprovação da SARA.

5. Doações (de estrangeiros ou de nativos) não podem ser feitas para qualquer organização religiosa que não tenha sido aprovada pela SARA.

6. Ninguém pode se chamar de pastor sem a aprovação da SARA.

7. Trocas religiosas internacionais não podem acontecer sem a aprovação da SARA.

8. Ninguém pode estudar teologia na escola sem a aprovação da SARA.

"Como você pode imaginar, estas alterações na administração da religião na China tem o efeito de bloquear os cultos em igrejas que não são registradas oficialmente”, disse o especialista.

Pelo menos 20 advogados, acadêmicos e líderes religiosos escreveram uma carta de protesto ao parlamento da China. "O direito dos cidadãos à liberdade de crença religiosa está consagrada na constituição, como diz na proteção do Estado para as atividades religiosas", disse Li Guisheng, advogado de direitos cristãos que contribuiu para o documento.