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C. S. Lewis: saiba quem foi o cristão que escreveu o sucesso "As Crônicas de Nárnia"

Animais inteligentes, centauros, faunos, anões, bruxas são alguns dos personagens do livro “As Crônicas de Nárnia”, um dos maiores sucesso do irlandês Clive Staples Lewis, mais conhecido como C.S. Lewis. Todas as histórias acontecem no universo de Nárnia. O romance infanto- juvenil vendeu cerca de 140 milhões de cópias em 41 idiomas, porém, o que muitos não notam é que toda a história é recheada de valores cristãos.

Antes de tornar-se um cristão anglicano, Lewis foi avesso ao cristianismo. Após a morte de sua mãe, aos nove anos, Jack, como gostava de ser chamado, foi para um colégio interno inglês juntamente com seu irmão, Warren. Foi nesse momento que sua vida religiosa tornou-se opressiva e irrelevante.

Aos 15 anos, por influência de seu mentor particular, Willian Kirkpatrick, ateu convicto, foi incentivado a ler, inicialmente, Arthur Shopenhauer e James Frazer. Até a década de 30, Lewis creu no materialismo, mas foi por influência de John Ronald Reuel Tolkien, o autor da trilogia “o Senhor dos Anéis”, que Lewis converteu-se ao cristianismo.

“O Lewis, praticamente, foi o único que teve acesso ao manuscrito do ‘Senhor dos Anéis’. A amizade foi bastante profunda. Lewis apreciava bastante a mitologia nórdica e o gosto por esse tipo de literatura foi o que aproximou Tolkien no começo”, conta a pedagoga Gabriele Greggersen, especialista em C.S. Lewis, e autora de livros como: “Antropologia Filosófica de C.S. Lewis”, “A Pedagogia Cristã na Obra de C.S. Lewis”, “O Senhor dos Anéis: da imaginação à ética” e “A Magia das Crônicas de Nárnia”.

A influência da amizade de Lewis e Tolkien foi além do tempo de vida de ambos.  Após ler “O Senhor dos Anéis”, o jornalista Victor Fontana, que não era cristão na época, conta que pesquisou sobre Tolkien e descobriu seu amigo, Lewis: ” Corri para ‘As Crônicas de Nárnia’ e me apaixonei. Mais tarde descobri uma banda cristã chamada Nárnia, cujas letras tiveram grande importância no meu processo de conversão”, testemunha.

Segundo Grabriele, como pedagoga considera  “As Crônicas de Nárnia” a obra mais importante de Lewis, porém, para o público adulto vê “A Carta do Diabo a seu Aprendiz” como um trabalho mais denso e importante, pois deu a Lewis uma maior visibilidade, no momento em que foi capa da revista Time.

A professora Tatiana Moura Seião também utilizou as “Crônicas de Nárnia” no meio acadêmico. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, ela defende que  Lewis ensina ,de forma criativa, ética e valores bíblicos: “Sou professora e percebo que o meio de ensinar precisa ser dinâmico e criativo. Ensinar valores para adolescentes e crianças através de sermão não dá! Tanto dentro de uma igreja, como numa escola podemos usar dessa literatura como instrumento de ensino”, afirma.

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A utilização de personagens da mitologia, como minotauros, centauros e faunos podem deixar muitos cristãos com reservas da obra de Lewis. “Se você quiser ver através dos personagens um satanás pintado você pode, mas se prestar bem atenção, essa obras passam valores cristãos, como por exemplo a amizade, o amor, a coragem, a castidade”, afirma Gabriele.

Desde a sua infância, C.S. Lewis buscava uma alegria superior. Essa busca por algo infinito tornou-se o foco de sua vida após sua conversão, e foi relatada alegoricamente em “O Regresso do Peregrino”, a primeira obra após sua conversão. Posteriormente usou tema semelhante em “Surpreendido pela Alegria”.

Para Gabriele Greggersen, essa busca pela felicidade que Lewis tenta descrever nessas obras é o sentimento que o cristão terá ao encontrar a Deus: “A palavra saudade seria uma ótima tradução para ‘joy’, mais do que alegria, talvez até a gente possa traduzir como felicidade. Uma coisa que vai além da concepção”, expõe.

Além de ser o sentimento indescritível de Lewis, Joy também é o nome de sua esposa e amiga, Helen Joy Davidman. Os dois correspondiam-se por cartas, Joy era casada. Em 1953, Joy se divorciou e saiu dos EUA, passando a morar na Inglaterra, juntamente com seus filhos. Ela e Lewis casaram-se então no regime civil, para que Joy fosse aceita no novo país. Porém, depois do diagnóstico de câncer de Joy, o casal uniu-se no religioso. A doença ficou estagnada e Joy e Lewis estiveram juntos por mais três anos. Após a morte da esposa, Lewis viveu também três anos.

“Pelos meus estudos até agora, entendi que ela [Joy] já era apaixonada por ele [Lewis], depois de conhecê-lo pessoalmente, já divorciada. Seu antigo marido batia nos filhos e bebia, o que motivou o divórcio. A Igreja Anglicana tem reservas com pessoas separadas contraírem novas núpcias. Esse foi o outro motivo por terem casado inicialmente no Civil. Quando ela foi diagnosticada com câncer, porém, ele se envolveu profundamente com o sofrimento dela, deixando-se envolver por esse amor e resolveram assim mesmo, casar na igreja”, explica a especialista.

C. S. Lewis – O Apóstolo dos Céticos

Após sua conversão no início da década de 30, Lewis tornou-se mais conhecido pelo fato de ter um programa de rádio durante a 2ª Guerra Mundial, onde pregava sobre o cristianismo e seus valores. Os livros e suas palestras permitiram com que muitas pessoas o considerassem o “apóstolo dos céticos”.

“O ceticismo é marcante numa USP, ou qualquer universidade pública que você olhar. Você acaba sendo educado para duvidar de tudo. Lewis viu como uma missão estar dialogando com esse tipo de pessoa, que não acredita em tudo e que gosta de provar, de ir atrás e descobrir”, define Gabriele Greggersen.

Bibliografia: DOWNING, David. C.S.Lewis: o mais relutante dos convertidos. São Paulo:Editora Vida,2006

Por Nany de Castro, no Guia-me.

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/c-s-lewis-quem-foi-o-cristao-que-escreveu-o-sucesso-as-cronicas-de-narnia.html


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