O último ataque em 31 de outubro na comunidade cristã do Iraque, que deixou 58 pessoas mortas, e as advertências da Al-Qaeda que mais mortes se seguirão, tem levantado questões sobre o futuro de uma das mais antigas comunidades cristãs no Oriente Médio.
"Já tivemos o bastante agora. Deixar o Iraque se tornou uma obrigação", disse Jamal Habo Korges, um mecânico de 44 anos de idade. "Temos sofrido desde 2003 e não aguento mais. Essa última carnificina foi o aviso final", disse o pai de três filhos à agencia IRIN.
Dois anos após a invasão de 2003 liderada pelos Estados Unidos, quando as minorias eram alvo de extremistas sunitas e milícias xiitas, a família de Korges deixou o Iraque e pela Síria. Mas, com a segurança relativamente restaurada desde o início de 2008, a família voltou para casa.
"Estávamos enganados com essa decisão", disse Korges. "Não percebemos que a segurança estava fraca... Agora nos preparamos para ir de novo para a Síria e, então, pedir asilo. Esta é a única decisão sensata".
Cinco terroristas suicidas fizeram de refém a congregação Nossa Senhora da Salvação (tradução livre), uma das maiores igrejas sírio-católicas de Bagdá, logo após a missa em 31 de outubro. Foram mortos alguns membros, incluindo dois padres, antes de tirarem o cinto explosivo quando forças de segurança iraquianas invadiram a igreja, algumas horas depois. Quase 100 pessoas ficaram feridas.
O atentado, reivindicado pelo grupo Al-Qaeda ligados chamado Estado Islâmico do Iraque, foi o mais mortal registrado contra os cristãos do Iraque.
Novas ameaças
O grupo justifica o ataque alegando que a Igreja Copta do Egito estava supostamente mantendo como prisionaeiras duas mulheres que haviam se convertido ao islã, e deu à igreja 48 horas para libertá-las. O ultimato expirou em 02 de novembro e o grupo emitiu outra declaração online ameaçando atacar os cristãos no Oriente Médio.
"O Ministério da Guerra no Estado Islâmico do Iraque anuncia que todas as instituições cristãs, organizações, centros, líderes e seguidores são alvos legítimos para os Mujahedin (guerreiros santos) onde quer que possam encontrá-los," diz a declaração em árabe.
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