TORONTO – A Associação Mundial de Comunicação Cristã (WACC, a sigla em inglês) anunciou a escolha da jornalista Amy Goodman, apresentadora do show rádio-televisivo diário “Democracia agora!”, levado ao ar em mais de 700 emissoras de todo o mundo, receberá o prêmio Comunicação para a Paz.
A entrega do prêmio será realizada durante a Conferência Internacional da WACC, “Comunicação é paz: construindo comunidades viáveis”, agendada para 6 a 10 de outubro, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Amy Goodman busca inspiração nos pensadores independentes, artistas, ativistas, jornalistas e meios alternativos do mundo. “A cada dia, Democracia agora! rompe a barreira do som emitindo uma rica gama de vozes discordantes. Elas incluem os poderosos e as pessoas comuns, os famosos e os desconhecidos, os desprezados, os marginalizados e os ignorados. Estas são as vozes de pessoas brigando para construir um mundo melhor, mais humano, mais justo, mais pacífico, um lugar mais compassivo”, escreveu a jornalista.
Goodman é graduada em antropologia pela Universidade de Harvard e começou sua carreira jornalística como produtora de um show noturno de notícias para a estação de rádio comunitária WBAI, a estação da Rádio Pacífico, de Nova York.
Em 1991, Amy viajou ao Timor Leste para escrever uma crônica da ocupação indonésia nesse país. Ali, ela e seu colega Allan Nairn presenciaram como os soldados indonésios assassinaram 270 homens, mulheres e crianças do Timor Leste durante uma procissão comemorativa. Os soldados indonésios também golpearam os jornalistas, fraturando o crânio de Nairn.
Seu documentário intitulado “Massacre: A História do Timor Leste” ganhou inúmeros prêmios, incluindo o prêmio Robert F. Kennedy para Repórteres Internacionais, o prêmio Alfred I. DuPont-Colúmbia, o Prêmio Armstrong, e o prêmio Diretores de Notícias de Rádio/Televisão.
Goodman acredita que o papel dos meios noticiosos é ir para onde há silêncio e dizer algo. “Penso que os meios noticiosos podem construir pontes na sociedade entre as culturas e as comunidades. Mas precisamos ouvir as pessoas falando por elas mesmas. Isso rompe com a intolerância e com os estereótipos que alimentam o ódio. Se tu não ouves as vozes de certas pessoas, e tu as vê sendo demonizadas, torna-se fácil tratá-las como sub-humanas”, afirmou.
Em março de 2004, Goodman transmitiu, com exclusividade, o regresso a Jamaica do presidente haitiano Jean Bertrand Aristide, que foi obrigado a permanecer exilado na República Central Africana. Sua cobertura da política haitiana teve mais de 3.5 milhões de acessos na página web de “Democracia Agora!”, projetando a história à grande imprensa.
Desde 2006, Goodman escreve uma coluna semanal, Rompendo a Barreira do Som, para o Sindicato King Features. Ela diz que o objetivo da coluna é “incluir as vozes de pessoas tantas vezes excluídas, cujos pontos de vista a maior parte dos meios noticiosos ignoram, assuntos que eles distorcem e às vezes até ridicularizam”.
A vencedora do prêmio Comunicação para a Paz publicou três obras, que foram qualificadas pelo New York Times como ‘best-sellers’: The Exception to the Rulers: Exposing Oily Politicians, War Profiteers, and the Media That Love Them (2004), Static: Government Liars, Media Cheerleaders, and The People who Fight Back (2006); e Standing up to the Madness: Ordinary Heroes in Extraordinary Times (2008), todos em co-autoria com seu irmão, o jornalista David Goodman.
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