A linguagem simples e didática de Brunner faz dele um excelente popularizador das ideias da chamada teologia da crise ou teologia dialética. Como certa vez sugeriu alguém: "eu leio Brunner para entender Barth". Este livro sobre a teologia da crise parece servir para isso de forma particularmente apropriada, mas é preciso lembrar que aqui nós encontramos o pensamento de Barth e de Brunner dos anos vinte, e não o pensamento posterior mais maduro de ambos. Posteriormente, tanto Barth quanto Brunner deixariam para trás a teologia da crise, que havia servido a ambos como ponto de partida determinado mais que tudo pela polêmica contra a teologia liberal decadente das universidades alemãs, e partiram para a construção de uma teologia neorreformada de caráter mais positivo.