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Confirmadas as atrocidades no Vietnã contra os Montagnards

Apesar dos imensos esforços do Vietnã em minimizar e esconder sua repressão brutal à minoria étnica Montagnard durante suas manifestações ocorridas na última Páscoa, informações consistentes que confirmam as atrocidades têm surgido.

Durante o fim-de-semana de Páscoa, nos dias 11 e 12 de abril, os Montagnards, oriundos da região montanhosa central do Vietnã, procuraram chamar atenção sobre as severas injustiças que eles têm sofrido por parte das autoridades comunistas e de colonizadores vietnamitas étnicos. Entretanto, as forças de segurança vietnamitas atacaram os manifestantes, provocando muitas mortes, feridos, presos, e a fuga de muitos em localidades desconhecidas.

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Os Montagnards, que são em maioria cristãos, têm sido vítimas de severas perseguições nas mãos da maioria Kinh. Este mau-tratamento intensificou-se após manifestações anteriores ao ano de 2001. Um líder de igreja relatou à Compass, Os oficiais do estado prometeram livrar-nos de intensa opressão e dor. Atualmente, eles nos prometem pavor e vingança. Diariamente a animosidade entre as raças se intensificam. É virtualmente impossível saber como isto pode ser resolvido.

Fontes fidedignas do Vietnã produziram uma lista de nomes, datas de nascimentos e endereços de onze pessoas detidas, provindas de sete vilas provinciais de Dak Lak. Outras 63 pessoas foram listadas como mortas, gravemente feridas e escondidas. A lista também mencionou artigos que foram confiscados, incluindo pequenos tratores de fazenda, óleo combustível, bombas de água, ouro e dinheiro.

Um outro documento, aparentemente preparado para um pouco depois dos eventos de Páscoa, relatou as mortes de 205 pessoas em outras sete vilas de Dak Lak. Em quatro destas vilas, geralmente habitadas por um total de 2.200 pessoas, somente doze pessoas permaneceram. O destino e localização dos desaparecidos são desconhecidos e alguns já podem ter retornado.

O mesmo documento relatou que mais de quinhentos pequenos tratores de fazenda, usados para transportar os Montagnards de trinta vilas para as manifestações, foram completamente destruídos.

No dia 17 de maio, a Fundação Associada à Montagnard (FAM), foi acusada pelo Vietnã por divulgar um relatório de doze páginas, fornecendo detalhes da repressão. O relatório da FAM especificou 37 nomes de pessoas mortas durante as manifestações na Páscoa. Quatro das pessoas mortas foram descritas como Jarai, originárias da província de Gia Lai, e as outras pessoas como Ede, oriundas de Dak Lak.

A FAM afirma que tem informações que outras 239 pessoas, ainda não identificadas, também foram mortas. Números emitidos no relatório da FAM, imediatamente após a Páscoa, parecem ser exagerados. Contudo, o porta-voz da FAM acredita que as informações que ainda estão emergindo, confirmarão as afirmações anteriores que, ao menos, quatrocentas pessoas foram mortas naquele fim-de-semana.

A averiguação das mortes é um enorme desafio, um observador vietnamita respeitado explicou que, parece a cada dia mais certo que o número de mortos confirmados excederá a cem pessoas.

O reconhecimento do Vietnã de somente duas mortes é ridículo. Contudo, isto provará o fornecimento de evidência de testemunho ou argumentativa do porque o Vietnã está envolvido com uma limpeza moral,rápida e completa da evidência e está atualmente rejeitando apelações para investigações independentes. Além disso, as autoridades irão, em extraordinárias extensões, impedir o vazamento de notícias, e impedir visitas oficiais, tais como, de diplomatas e jornalistas, que conversem livremente com o povo.

Visitas à região dos diplomatas americanos, da delegação do Vaticano, e de uma equipe composta de embaixadores canadenses, noruegueses, suíços e neozelandeses foram completamente controladas por oficiais vietnamitas. Poucos Montagnards foram selecionados para falar com os visitantes estrangeiros. Entretanto, fontes locais afirmam que eles foram ameaçados a severas conseqüências, se eles, de alguma forma, insinuassem a verdade do que aconteceu.

Após o término de cada visita diplomática, os jornalistas vietnamitas publicavam citações fabricadas dizendo que os diplomatas haviam elogiado o Vietnã por suas iluminadas políticas minoritárias. Em cada caso, os diplomatas consideraram fortemente a exceção pública como uma interpretação equivocada.

A maioria Kinh do Vietnã tem uma longa história de atitudes racistas diante dos Montagnards e de outras minorias. As minorias são sujeitas à discriminação por meio de confiscos ilegais de suas terras, assim como o precário acesso à educação, saúde, empregos, assistência governamental e pequenos empréstimos. Aqueles que têm acesso às escolas públicas são freqüentemente expulsos da sala de aula pelo abuso e escárnio dos colegas.

Existiram vários relatos de crueldade às crianças de Montagnard durante o conflito pós-Páscoa. Um relatório afirmou que algumas garotas de Montagnard, que freqüentavam a terceira série, foram atacadas na rua em Buon Poc. Uma das meninas foi esfaqueada até a morte, enquanto outra foi estuprada e, então, apedrejada até a morte. Um caso parecido ocorreu a uma estudante em Buon Dha Prong.

Uma outra fonte relatou que essas pessoas que atacam os Montagnards em um certo local, assassinaram várias crianças afirmando que o que eles estavam fazendo era, primeiramente, uma atitude pré-motivada, a fim de fazer cessar futuros manifestantes.

Algumas organizações de direitos humanos estão preocupadas que governos democráticos pareçam relutantes em endereçar estas atrocidades, aparentemente porque elas carecem de provas argumentativas. Parece que autoridades vietnamitas têm trabalhado arduamente para impedir que tais provas venham à tona.

Um pastor de Montagnard disse a Compass que, Se todos os países estrangeiros inclinarem seus ouvidos em direção ao Vietnã e continuarem a acreditar em suas mentiras, então será absolutamente certo que, pouco a pouco, o povo Montagnard será totalmente exterminado.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/2004/05/noticia984/


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