A edição digital da revista Época, do grupo Globo, publicou esta semana uma longa reportagem sobre o pastor Carlito Paes, da Igreja da Cidade, de São José dos Campos (SP). O imbróglio no Ministério da Educação (MEC) com nomeações e demissões constantes estão no centro da atenção da mídia.
A revista acusou Paes de tentar emplacar membros de sua igreja no ministério e até de sugerir um substituto para Ricardo Vélez Rodríguez, ameaçado no cargo. O pastor nega as acusações, deixando claro que a professora Iolene Lima – que chegou a ser anunciada como “número 2” do MEC – faz parte da Igreja da Cidade, mas chegou ao ministério por seus próprios méritos.
“Iolene é uma grande profissional, toda a sua carreira é voltada para educação pública e privada confessional. Ela foi professora da rede pública por muitos anos, tem experiência e formação. Ela fez parte da Diretoria do nosso colégio, e se desligou a pedido para aceitar o convite que recebeu do Dr. Luiz Tozi, Eu não a indiquei para o MEC, não tenho esta influência. Ela foi convidada por ser técnica, mas dei todo apoio, oração e referências para que ela pudesse servir nesta função”, assegurou em entrevista ao Agora Paraná.
Apoio a Bolsonaro
Apoiador de Jair Bolsonaro na última eleição, Paes lembra que existe em Romanos 13:1 um mandamento bíblico para que se ore pelas autoridades constituídas. “Todos devemos orar, apoiar e obedecer, quando tudo estiver em paz e dentro da lei. No entanto, se estiver no erro e na injustiça, temos que ser voz profética e, de forma pacífica, usar a voz para denunciar e declarar que se voltem para a justiça e o Senhor”, assevera.
Pessoalmente, ele diz se identificar com o atual governo: “Creio que o presidente está muito bem-intencionado, já temos muitos resultados. Ele foi eleito pela grande maioria do nosso povo para fazer um governo de direita, conservador, com valores e princípios pela fé e família”.
Igreja no combate à corrupção
Ao falar sobre o combate à corrupção, tema recorrente nos discursos políticos desde a popularização da Lava-Jato, o líder evangélico lembra que “nestes últimos 5 anos, temos juízes e promotores, inclusive alguns cristãos evangélicos, fazendo um trabalho brilhante”.
Sua convicção é que a Igreja Evangélica brasileira deveria estar mais envolvida nos movimentos em prol da transparência no país.
“A igreja ainda não está se mobilizando, pois são iniciativas mais individuais do que coletivas. Creio que a igreja ainda é muito desunida, passiva e, por vezes distante, porque está fechada entre seus muros, preocupada com seus usos e costumes, doutrinas e cultura, em sua zona de conforto. Apesar disso, muitos irmãos e alguns líderes foram para as ruas nos anos passados contra a corrupção e governos corruptos. Os movimentos que levaram o povo para as ruas foram muito pouco gerados ou alimentados pelas igrejas e denominações”, resume.
Igreja e sociedade
O fortalecimento político dos evangélicos, que estatisticamente podem ser apontados como os responsáveis pela eleição de Bolsonaro, tem um custo.
Carlito faz um alerta: “É claro que o evangélico é mais cobrado pela sociedade, devido a sua fé e valores… De fato, a igreja e a família são as duas bases das sociedade, por isso, são por vezes as mais atacadas organizações da sociedade. Atacando e destruindo as duas, nada por cima ficará de pé. A igreja de Jesus Cristo é a resposta, precisa ser viva e saudável”.
Ele encerrou dizendo que “o melhor ainda está por vir para o nosso país e nosso povo, e tenho certeza de que a igreja estará aqui para servir com a “bacia e a toalha” como fez Jesus, o nosso Senhor e Mestre”.
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