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Livro discute o papel do personagem Satã

IO – Como toda idéia, Satã tem uma gênese. Mas para que nela a luz se faça o esforço não deixa de ser o de mover montanhas. O americano Henry Ansgar Kelly se atribuiu a tarefa desse lusco-fusco: alvorada nas trevas, genealogia da escuridão, Satã: uma biografia é um texto revelador. A leitura é de livro de teologia: minuciosamente, o autor, professor emérito de literatura inglesa e especialista em pensamento medieval que já cometeu algumas obras sobre seu personagem central atual (a mais famosa delas The devil, demonology and witchcraft: the development of christian beliefs in evil spirits), é um leitor atento, que percorre versículo a versículo livros e livros da Bíblia e de outras escrituras, entre sagradas, analíticas e apócrifas. Este não é, entretanto, um trabalho de história da mentalidade contemporânea típico. Nem é feito como texto de fácil digestão nem tem um método de análise muito simples. Não, este trabalho é para quem o levar bem a sério. Com o demônio não se brinca.
Com nenhum de seus nomes, aliás. A primeira parte da aventura teórica empreendida por Kelly é contra a confusão entre Satã e a lenda de um anjo caído, Lúcifer. Ou dos nomes “diabo” – vindo do grego por meio da tradução do hebraico conhecida como a “septuaginta” – ou “demônio”. É preciso zelar pela imagem de Satanás.
Porque, afinal de contas, ele nunca foi apresentado nas Escrituras como um ser misto de bode e dragão, com chifres e calda. Nunca foi vermelho nem exalou enxofre – embora, sim, o inferno surja com esse mineral em abundância – e nunca teve tridente. A idéia de uma visualidade demoníaca é oriunda dos primeiros anos da Igreja e surge da incorporação de várias tradições. E de uma operação que o catolicismo conhece bem: o demônio tem feições porque imagens pagãs (dona delas) foram “demonizadas”.
Em Kelly, Satã é antes de tudo buscado como um personagem múltiplo, que aparece nas penas de vários narradores com diferentes funções dramáticas. A primeira delas como adjetivo. O termo deveria vir com artigo definido antes: “um satã”, ao pé da letra, é “um oponente”. Assim, pode ser um anjo enviado por Deus (como o que se digladia com Abraão), um ente permitido por Deus (como o que tortura Jó), ou mesmo um ser dotado de papel (de promotor) nos julgamentos celestes, mas dificilmente, até o Novo Testamento, surgirá como “o Satã”, substantivo próprio, o nome de um personagem. O importante é que, sinteticamente, ele assume o papel de “testador e acusador de toda a humanidade”.

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Desculpa esfarrapada
O ponto de partida de Henry Ansgar Kelly é a afirmação de que há uma primeira confusão na leitura da Bíblia, a de que Satã e a serpente, aquela que tenta Adão e Eva, provocando a saída do homem do Paraíso, são a mesma pessoa. Depois, no capítulo 8, o mais interessante do livro, ele retomará a discussão. E mostrará que foi Justino, o Mártir, arguto pensador eclesiástico, o primeiro a fazer a associação entre os dois personagens, mas sem explicá-la, operando a criação de um termo hifenizado Satã-Serpente (Serpente-oponente? Kelly não discute). De todo modo, “o mais sutil [na Bible de Jérusalem, atual edição oficial, oriunda diretamente do aramaico para o francês, o termo utilizado é ‘rusé’, astucioso] dos animais que Javé-Eloim criou” (Gn 3,1), o réptil que faz com que os primeiros seres humanos provem do fruto proibido, surge dessa conexão interligado à função por excelência de Satanás: justamente a de tentador.
O pesquisador começa então uma verdadeira peregrinação por doutores da Igreja em busca de debates para a motivação para esse lugar do Diabo. Da serpente tentadora ao anticristo que se oporá a Jesus e à história da salvação, essa criatura terá inveja dos homens pela criação “à imagem e semelhança de Deus”, terá raiva dos homens por suas realizações ou será algo bem parecido com um psicopata, com motivações interiores não muito bem explicadas (tudo teologicamente).
Kelly atua sobretudo como analista literário. O que ele faz não é uma operação de fé, mas de unificação. Satã é um Hamlet de centenas de Shakespeares, um Mephisto de milhares de Goethes, uma criatura de sem-números de criadores – e não de inspiração divina (necessariamente). Se ele assume inúmeras formas em diferentes narrativas, é preciso – esse parece ser o parti pris do livro – encontrar uma lógica coincidente, algo que faça dele mais coerente, mais lógico.
E justamente por isso Satã: uma biografia se torna um livro tão precioso. Não se trata de encontrar qual a linha mestra que une vários vampiros a partir de uma leitura de Drácula e outros textos subseqüentes a ele. Trata-se, mais que isso, de ver, em diferentes tradições culturais e religiosas, a forma como cada uma delas articula a vilania, uma vilania máxima, a maior delas. Daí se torna fácil pensar que a antiga máxima faz sentido: se alguém vê o demônio, é motivo de felicidade. Se ele existe, é porque Deus existe também. Satã surge de todas essas operações literárias como um elemento subjacente da ação divina. Não é a “pedra tão pesada que nem Ele próprio possa carregar”, tendo-a criado, sendo tão poderoso que a pode criar. Satã não é oponente para Deus. Em vez disso, é antagonista do drama humano. Se a tradição grega cria uma divindade, ou seja, uma positividade, antagonista do homem por sua também humanidade – os deuses do Olimpo são vaidosos, soberbos, invejosos e maquiavélicos – a tradição judaico-cristã prefere fazer isso com uma negatividade.
Nesse sentido, Satã: uma biografia (que mereceria, talvez, o subtítulo de Uma bibliografia) é também uma compilação de uma certa filosofia sobre o homem no que tem de mais humano, sua fraqueza. Trata-se, talvez, da discussão mais antiga entre aquelas que tentam explicar porque agimos como agimos: motivação racional interna versus motivação determinante externa. Pois no momento em que é admoestado por Javé por ter desobedecido sua ordem, a de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, no momento em que comete o pecado original, Adão, dá, digamos, a desculpa esfarrapada original: “Foi a mulher que Vós colocastes diante de mim quem me disse para eu comer e eu comi” (Gn 3, 12). E, imediatamente depois, quando Ele vai ter com Eva, ela: “Foi a serpente que me tentou e eu comi” (Gn 3, 14). O autor não chega a esta minúcia de afirmação lógica, mas a insinua em vários momentos: Satã surge como o elemento externo que determina ações dos homens “dotados de livre arbítrio”. Arbítrio que opera – vemos no Gênesis – mesmo antes de ser concedido: se adquirem de Deus tal faculdade é porque já a haviam utilizado antes a revelia; quando decidem comer da árvore, eles adquirem o poder de decidir. Responsabilidade deles? Não toda, Satã tem sua parcela de culpa. E, eles, de desculpa.

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/livro-discute-o-papel-do-personagem-sata.html


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