No Carnaval de 2018, a Liga das Escolas de Samba do Rio fez diversos protestos porque o prefeito Marcelo Crivella determinou o corte de metade da verba da Prefeitura para as agremiações. Diversas escolas o criticaram durante os desfiles na Marquês de Sapucaí. A Mangueira chegou a retratá-lo em um boneco de Judas na sua última alegoria.

Para 2019, Crivella voltará a ser tema, uma vez que não manteve o corte de verbas. A Acadêmicos do Sossego, que será a última escola a desfilar no primeiro dia de desfiles da Série A este ano, revelou uma alegoria com um diabo que tem o rosto do prefeito.

O tema da Sossego é a liberdade religiosa e terá como tema “Não se meta com minha fé, acredito em quem quiser”. A escultura de Crivella surgirá em meio a um terreiro quebrado, que representa as religiões de matriz africana.

O presidente da escola de samba, Wallace Palhares, afirma que não foi intencional. “Eu não fiz o prefeito. Se ficou parecido, lamento, até porque ninguém nunca viu o diabo para comparar. Pode ser algo que tenha ficado no subconsciente, mas acho que é mais uma ilusão de ótica com o ‘pai da mentira’ “.

Porém, o diretor de carnaval da escola, Hugo Júnior, admitiu: “É o prefeito. Estávamos terminando a obra hoje. O objetivo é fazer uma crítica política à desvalorização do carnaval por parte dele. Temos que defender nosso carnaval. Era para ser uma surpresa, mas vou me reunir com o presidente da escola e vamos decidir ainda o que vai ser feito, mas a princípio a escultura vai estar na avenida sim”.

A Prefeitura do Rio disse, em nota, que “respeita a liberdade de expressão e não vai se manifestar” sobre o fato.