Dois anos após os programas anticristãos eclodirem no estado indiano de Orissa, os hindus, em cerca de 20 aldeias no distrito de Kandhamal, continuam a tratar mais de 4.000 cristãos como pária social, pressionando-os fortemente a se converterem. Ao lado de medos, ameaças e banimento total da economia local, os cristãos não têm permissão para usar fontes públicas ou coletar madeira na floresta.
"As pessoas estão vivendo na miséria", disse Raphael Cheenath, líder religioso de Cuttack-Bhubaneswar, na conferência de imprensa em Bhubaneswar segunda-feira. "Eles precisam viver uma vida digna. O governo do Estado de Orissa tem a obrigação de fazer algo sobre isso e proteger os cristãos deste tratamento desumano”, acrescentou.
O líder exortou as autoridades locais a fim de compensar aqueles que sofreram perdas durante os programas e agora se encontram desabrigados. Ele apontou a soma insignificante dada até agora de, 1.000 dólares americanos para casas destruídas e 400 dólares americanos para casas danificadas.
"O Governo do Estado de Orissa deve aumentar de compensação, de Rs. 5 lakhs (1.000 dólares americanos) para Rs. 20 lakhs (4.000 dólares americanos) para reconstruir Igrejas danificadas, instituições religiosas e públicas, ONGs, incluindo o mobiliário e outros acessórios que foram destruídas com os prédios, na violência", disse o líder Cheenath.
No início, o governo fez uma "avaliação" arbitrária para determinar a indenização das vítimas, e o fizeram sem consultá-los para descobrir suas necessidades. Assim, "cerca de 12.500 pessoas foram reassentadas em suas casas", contudo, "cerca de 17.500 pessoas ainda estão desalojadas e têm o direito de ser reassentadas pelo governo estadual", acrescentou Cheenath.
Entre dezembro de 2007 e agosto de 2008, extremistas hindus mataram 93 pessoas, saquearam e queimaram mais de 6.5000 lares, destruíram 350 igrejas e 45 escolas. O programa desalojou mais de 50.000 pessoas.
Até então, a maior parte dos agressores estavam livres. Muitas testemunhas que programaram aparecer no tribunal de Kandhama, foram silenciadas por meio de ameaças e atos de discriminação.
Entre 22 e 24 de agosto, vítimas, ativistas dos direitos humanos e líderes religiosos organizaram um Tribunal popular em Nova Delhi para trazer luz sob o que aconteceu e pressionar o governo indiano a intervir.
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