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A Igreja no Egito: os desafios da perseguição ao longo do tempo

As mudanças mais significativas começaram na década de 1970, quando Anwar El Sadat assumiu a presidência do Egito, sucedendo a Gamal Abdel Nasser. Nasser havia governado por cerca de 20 anos. Ele aboliu os partidos políticos, abraçou o nacionalismo e adotou uma política considerada socialista por alguns. Durante seu governo, o êxodo da comunidade copta do Egito começou a emigrar.

Na segunda metade da década de 1950, ocorreu a primeira onda de emigração para o ocidente, composta por profissionais altamente qualificados que buscavam um futuro melhor. Em 1961, uma segunda onda de coptas, composta por membros da classe média-alta e classe alta, partia para se juntar à primeira leva de emigrantes.

Após esmagar seus oponentes internos em maio 1971, Sadat enfrentou um enorme desafio: encontrar uma maneira de tirar o Egito da situação humilhante em que ficou após a derrota por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Depois de hesitar, o líder resolveu dar um passo, atacando Israel em 6 de outubro de 1973. O êxito inicial obtido na guerra trouxe ao Egito um novo sentimento de orgulho, e a tão necessária legitimidade ao seu líder.

Embora Sadat não fosse fã da democracia, ele se comprometeu a promover abertura na esfera política. O sistema de partido único foi abolido e os partidos políticos tiveram permissão para atuar. Sua decisão mais importante em âmbito nacional foi a liberdade concedida para a formação de grupos islâmicos.

Com Sadat, a religião estava cada vez mais substituindo o nacionalismo como alicerce do país. A fim de combater o predomínio nasserista e a dominação esquerdista nos campi universitários, Sadat permitiu e, em alguns casos, encorajou a expansão das correntes islâmicas nos campi e fora deles. Mais religioso e conservador que seu antecessor, Sadat percebeu tarde demais que havia desencadeado uma tempestade que iria destruí-lo.

Nascimento do extremismo islâmico no Egito
A revista da Irmandade Muçulmana El Daawa publicava longos artigos contra os coptas. Segundo o periódico, os coptas eram a minoria mais feliz do mundo e não tinham nenhum motivo para reclamar. Os coptas deviam se dar por satisfeitos com seu status privilegiado de dhimmis (cidadãos não muçulmanos de um país islâmico) até que, é claro, finalmente vissem a luz e se convertessem ao islã.

Na verdade, os coptas não estavam sendo discriminados no Egito, mas sim favorecidos pelo Estado. Para eles, os coptas estavam tentando mudar a cara do Egito construindo mais igrejas do que o necessário. Eles eram tidos como um grupo que visava subverter o país. Espalharam-se rumores de que mantinham um estoque de armamentos.

Em 1972, foi divulgado um relatório de uma suposta reunião realizada entre o papa copta Shenouda e sacerdotes. De acordo com o relatório, o papa teria dito que o Egito seria recristianizado assim como acontecera na Espanha. Os coptas deviam ter muitos filhos, certificando-se de uma queda na taxa de fertilidade das mulheres muçulmanas.

Essas teorias de conspiração resultaram na discriminação dos coptas no campo da ginecologia. Outros departamentos universitários não foram poupados. Estava se tornando impossível para qualquer cristão a obtenção das notas necessárias para ser nomeado professor em uma universidade. A discriminação contra os coptas em cooperativas do governo e nos setores burocráticos tornou-se generalizada. Quase nenhum copta era eleito para o parlamento egípcio ou para ocupar as posições superiores no governo.

Em 1977, a Universidade de al-Azhar propôs uma lei para que a sharia — um código de leis civis baseado no Alcorão — fosse implementada no país. A proposta incluía a pena de morte para os apóstatas.

Em 21 de março de 1977, decidiu-se que a sharia deveria ser aplicada em relação aos coptas quanto ao seu estado civil, permitindo aos homens o casamento com quatro mulheres e a obtenção de divórcio.

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O cristianismo era diariamente ridicularizado na imprensa. Como era de se esperar, tal postura acabou por alienar coptas, que temiam o futuro diariamente. Nos campi universitários, grupos islâmicos começaram a atacar os estudantes cristãos. Logo começaram os confrontos. Um cenário ainda mais violento era apenas uma questão de tempo.

O alvo de alguns ataques eram edifícios utilizados pelos cristãos para orações, os quais não tinham obtido a aprovação necessária do governo. Em 6 de novembro de 1972, um edifício desses foi atacado na cidade de El Khanka. Irritado, o recém-empossado Papa Shenouda III (1971-2012) ordenou que alguns bispos e sacerdotes marchassem até o local e celebrassem uma missa. Tal marcha foi interpretada como uma provocação pelos muçulmanos, e o edifício foi atacado novamente. A comissão parlamentar encarregada de investigar o ataque verificou que dos 1.442 templos no Egito, apenas 500 tinham a licença necessária.

O número de ataques foi aumentando. Em 1979, uma igreja no Cairo foi incendiada. Em janeiro de 1980, sacerdotes que estavam em ascensão foram atacados e diversas igrejas em Alexandria foram bombardeadas. Grupos islâmicos obtiveram um fatwa (pronunciamento legal) de um  líder religioso determinando que qualquer copta que doasse dinheiro para as igrejas seria um alvo legítimo de roubos. Os confrontos sectários tiveram seu ápice em junho de 1981 no distrito de El Zawya El Hamra, no Cairo: a matança seguiu por três dias, enquanto a polícia fazia tímidos esforços para acabar com a violência. O evento deixou 81 coptas mortos. Ainda em 1981, um bombardeio em outra igreja no dia 4 de agosto deixou três mortos.

Em 14 de maio de 1980, Sadat fez um discurso ardente ao Parlamento Egípcio. Ele acusou o papa de tentar estabelecer um Estado cristão em Assiut, no sul do Egito. Criticou o que chamou de “uma tentativa da Igreja de ser um Estado dentro do Estado”, acusou os coptas de provocar potências estrangeiras contra o Egito e de receber armas e treinamento dos falangistas no Líbano. Ele concluiu seu discurso com palavras ameaçadoras: "Sou um presidente muçulmano de um país islâmico".

Resposta dos coptas à oposição
A ascensão islâmica na década de 1970 causou uma terceira emigração de coptas, a fim de escapar de um Egito que lhes parecia estranho. Os emigrantes da terceira onda eram mais diversificados quanto à formação e situação econômica e social, incluindo muitas famílias mais pobres. A vida dos que permaneceram no Egito girava em torno das igrejas.

Diante da crescente discriminação na esfera pública, os coptas corriam para a igreja em busca de uma vida entre seus muros. Confrontados com a ascensão dos muçulmanos no Egito e com a crescente exclusão dos coptas, corriam para a igreja buscando consolo.

Era uma via de mão dupla — a Igreja expandia seus serviços para suprir a comunidade cristã e a comunidade exigia que a Igreja suprisse suas necessidades crescentes. Os coptas recorriam aos seus líderes para pedir conselhos e orientação sobre tudo em suas vidas, fazendo da instituição a única representante da comunidade copta. As portas que se abriram aos cristãos nos serviços das igrejas deram-lhes oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Os coptas a quem foram negadas posições de liderança em seu país encontraram oportunidades para ocupar cargos de liderança em suas igrejas. Diante de uma esfera pública que os suprimiu e humilhou, esperando que agissem como dhimmis felizes, a Igreja deu-lhes autoestima e os ajudou a recuperar a confiança perdida.

No entanto, não se tratava apenas do crescimento da Igreja e de uma comunidade que corria para ela por medo do mundo exterior. O reavivamento e crescimento da Igreja copta decorrem de motivos internos, como o movimento da escola dominical, sendo mais um reavivamento espiritual e religioso do que uma reação às ameaças externas.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/2013/09/2728202/


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